O imaginário se alimenta desse desejo
como quem lambe, delicadamente,
uma trufa de chocolate derretida.
Lambuza-se na sensação
do gozo incomensurável —
na troca efêmera
de cheiros, sabores, calor e umidades.
A medida da tua dureza
nas minhas profundezas.
A ânsia pelo encaixe perfeito,
profundo,
preciso.
O coito interrompido —
barrado, cortado,
não gozado,
não explodido,
não ejaculado —
segue latente,
latindo,
suspenso naquele minuto exato
entre o real e a fantasia.
O manifesto está nas palavras.
Freud disse:
> “O sonho é a realização dos desejos.”
Será mesmo?
Tenho sonhado o mesmo real.
Meu gozo habita nos quereres.
E não o devo a ninguém.
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