sábado, 27 de junho de 2015

A transa porvir...


O imaginário se alimenta desse desejo
como quem lambe, delicadamente,
uma trufa de chocolate derretida.

Lambuza-se na sensação
do gozo incomensurável —
na troca efêmera
de cheiros, sabores, calor e umidades.

A medida da tua dureza
nas minhas profundezas.

A ânsia pelo encaixe perfeito,
profundo,
preciso.

O coito interrompido —
barrado, cortado,
não gozado,
não explodido,
não ejaculado —
segue latente,
latindo,
suspenso naquele minuto exato
entre o real e a fantasia.

O manifesto está nas palavras.

Freud disse:

> “O sonho é a realização dos desejos.”



Será mesmo?

Tenho sonhado o mesmo real.
Meu gozo habita nos quereres.
E não o devo a ninguém.

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