como quem lança rede no silêncio.
Canto de sereia —
em busca de um peito seguro
onde o som possa descansar.
Teu incenso desperta minha flor,
abre o corpo,
fica preso nas narinas
toda vez que ascendo.
Toma meu sumo,
meu suco de corpo,
minha fruta madura.
Come a Lótus —
úmida, orvalhada,
sagrada como o capim
que nasce no abandono.
Não sou santa.
Sou teia.
Sou veia.
E te devoro.
Intimidade não é língua.
É linguagem.
É metáfora.
E agora, me diz:
o que fará com o prato?
Vai lamber o resto
ou jogar o verso fora?
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