trouxeram um cigano pra mim.
Cabelos hirsutos, desarmados —
tanto quanto o coração.
O olhar dele atravessou minhas entranhas.
Fiquei sem jeito.
Mas olhei de volta,
tentando decifrar o que diziam seus olhos.
O som do mar se confundia com sua voz,
e eu, já embriagada de desejo,
me apresentei nua —
sem resistência alguma
ao amor e ao sexo.
Foi uma tarde diferente.
Saí apenas pra caminhar,
tomar uma cerveja,
e o acaso — ou o destino —
me trouxe esse moço.
Bonito feito cavalo de raça,
riso fácil, conversa boa,
repleto de vida e vontade
pra me transbordar da rotina.
Fui sem medo.
Confiei no olhar, no sorriso
que pareciam dizer:
> “Não foi acaso, minha pequena.”
Os gestos dele —
entre carinho e amizade —
me encantaram.
Saí sem saber se fora sonho ou realidade.
A consciência latejava oxitocina e feromônio —
mistura exata pra deixar qualquer alma em êxtase.
O mago da palavra fez feliz a fada urbana.
E a história continua,
mesmo depois de uma semana.
Não vou contar o tempo,
nem os encontros.
Fico cá, pensando no tal moço —
cigano do amor,
sem paradeiro,
que vai beijando flor por flor.
Enquanto ele não chama,
preparo minha flor.
Pra quando ele vier beijar,
que venha —
cheio de amor.
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