Um dia, durante uma DR, cobrei do meu companheiro a falta de envolvimento com as coisas da casa.
Entre frases efusivas e algumas contundentes, disparei:
> “Você sabe se temos óleo em casa? Açúcar? Sal?
Sabe quanto temos de cada coisa?”
E fui seguindo, como quem mede amor em colheres e panelas.
Santiago, meu filho, ouvia tudo com atenção.
Tinha pouco mais de um ano, mas já entendia o essencial da conversa: a importância do sal.
Alguns dias depois, o pai o repreendeu por alguma traquinagem.
E ele, firme e indignado, devolveu sem pestanejar:
> “Pai, você compra sal?
Você nem compra sal e quer brigar comigo?”
Pois é.
O sal é mesmo o que sustenta as relações.
Dá gosto, dá limite, dá corpo.
Na vida familiar, sobretudo nas funções de mãe e pai,
é ele que impede o afeto de azedar.