sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Ah, as mulheres de trinta!

Essas criaturas tão descomplicadamente sedutoras, interessantes, enigmáticas, sinceras, loucas, doidas, frustradas, alegres, sensuais, mães, filhas e até avós...
Nem 40 nem 20...30 e um e quatro, e sete e nove...30. 
A década das descobertas mais arcaicas nos sentidos: da vida, do corpo, da mente, dos desejos impublicáveis.
Como são belas essas frutas maduras ainda no pé, como cheiram à maturidade, cheiros de frutas, de flores abertas, de corpos cheios de vida. 
Costas largas ou finas, que sustentam o peso do mundo, que trazem as marcas do machismo-patriarcal-capitalista!
Ancas fartas pelos filhos que vieram e pelos que estão por vir, se ajeitam no andar, sempre sedutor, ou pela quantidade de vida vivida ou pela querência de viver ainda mais...
Nem 40, nem 20...30 anos é a idade da razão, pensando em Sartre, 34 seria o número exato, mas não há exatidão quando se trata de subjetividades.
Esses cabelos que caem disfarçadamente mesmo quando presos em coque, mesmo quando carecas, ou de cabelos muito curtos. Todas temos o poder de inebriar o mundo. Somos força e ação! Não somos prazer e sedução apenas...Pensamos e acima de tudo agimos! Lutamos contra tudo e todos pelos nossos ideais e pelos ideias coletivos. É possível que nem todas sejamos assim, nem todas alcançem ou talvez não estejam praparadas pra suportar essa pressão que é a vida.
Mas a cada momento que eu estiver de pé, estarei buscando, trazendo, fazendo refletir cada mulher que me apareça na frente e esteja disposta a entrar nessa luta.
Pode ser de 12 anos, de 15, de 40, 50, 60...sempre há tempo pra reflexão, como nos disse Brecht, "nada deve parecer impossível de mudar!"
Esses vestidos, saias, calças, shorts, que nada querem dizer no fim das profundidades subjetivas revelam o nosso trato, ou mal trato. 
Idade em que tomamos a consciência de que estamos cada vez mais próximas dos 40, mesmo estando com 30 anos exatos. Os 30 anos nos faz pensar demais, até quase enlouquecer, quando nos damos conta de quão imensas ainda são as diferenças entre homens e mulheres e principalmente quando pensamos e tomamos atitudes.
Eu, diferente de Sartre, chamaria de A Idade do Desejo, desejo de mudar, de acreditar no que digo e no que dizem outras companheiras que estão de pé como eu, prontas pra dar pressão à vida!
Que orgulho! Ser mulher e estar entre os 30 e 40 e assim pretendo seguir enquanto o destino mo permitir...
Esse texto, escrevi pensando em um grande amigo, Joãozinho, um cara machista, cheio de piadinhas e tal...mas que eu considero apesar de tudo, por gostar da pessoa que ele é, fora essa parte machista dele. Ainda há tempo pra ele pensar diferente.
Mas penso nele, sobretudo porque quando ele vê alguma piada machista a primeira pessoa que ele pensa é em mim. Uma pena que ele me manda tais piadas, talvez não também. Na verdade sinto-me lisonjeada por entender o que represento pra ele. Sobremaneira que ele reconhece minha luta política e ideológica!
Pensemos todos, seja quel for a idade, que é preciso refletir, modificar, lutar pelo que acreditamos, sejamos homens ou mulheres. Algo não está certo no mundo e anda sobretudo mais dificultoso pra nós mulheres, ainda mais pra nós que gozamos e não devemos o nosso gozo à ninguém...
Fica aí uma indicação musical do meu compositor maldito mais amado, Sérgio Sampaio...
Aí vai: http://youtu.be/aB80YLzDhqs


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